CNU 2025 não terá 'bolinha' de identificação do gabarito que gerou problemas na 1ª prova, diz governo
31/03/2025
(Foto: Reprodução) Provas da 2ª edição do chamado 'Enem dos concursos' serão realizadas no segundo semestre, afirmou o Ministério da Gestão. Em 2026, não haverá CNU. Candidatos chegam para a prova do Concurso Público Nacional Unificado, o "Enem dos Concursos", na unidade da Universidade Paulista (UNIP)
FELIPE RAU/ESTADÃO CONTEÚDO
O Ministério da Gestão informou nesta segunda-feira (31) que o Concurso Público Nacional Unificado (CNU) de 2025 não vai ter a "bolinha" de identificação do candidato utilizada na primeira edição para o preenchimento dos cartões de resposta.
Ele vai ser substituído por um código de barras, pois alguns participantes tiveram problemas com o sistema da primeira edição (leia mais abaixo).
"Não é o nome ou número de inscrição, mas a máquina consegue ler [o código] e garantir que aquela prova pertence àquela pessoa", detalhou a ministra Esther Dweck, acrescentando que espera que a tecnologia também agilize a correção e a divulgação dos resultados.
Dweck anunciou ainda que o Termo de Referência para a escolha da banca do CNU 2025 deve ser lançado em abril, e que as provas serão realizadas no segundo semestre. A homologação está prevista para junho de 2026.
Segundo ela, não haverá uma edição do CNU em 2026 devido à legislação eleitoral, que impõe restrições a concursos públicos durante o processo eleitoral para evitar interferências políticas.
Isso não significa, porém, que a iniciativa vai acabar. "O CPNU é uma política que veio para ficar, mas temos que respeitar as regras do processo democrático", concluiu.
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Todas as novas regras do CPNU 2 serão detalhadas em um edital único, que ainda não foi divulgado. Ele será diferente da primeira edição, que teve um edital separado para cada um dos oito blocos temáticos do concurso.
Agora, outros cargos serão oferecidos, e haverá a inclusão de duas novas carreiras transversais: Analista Técnico de Justiça e Defesa e Analista Técnico de Desenvolvimento Socioeconômico.
A ministra também disse que o Ministério da Gestão está estudando medidas para combater a subrepresentação feminina em carreiras estratégicas da administração federal. No CNU, as mulheres foram maioria entre os inscritos, mas minoria entre os aprovados.
Ela citou uma ação do Ministério das Relações Exteriores, que adotou um sistema de bonificação para mulheres nas fases iniciais de seu último concurso. Outra estratégia pode ser estimular a participação feminina em áreas tradicionalmente masculinas, como tecnologia e infraestrutura, por meio de programas de mentoria.
Para a 2ª edição do CNU, já está prevista uma campanha específica voltada às candidatas, com divulgação de histórias de servidoras bem-sucedidas.
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Polêmica da 'bolinha'
Em novembro, três meses após a aplicação das provas do CNU, a Justiça mandou o governo federal cancelar a eliminação de candidatos que não haviam preenchido todo o campo de identificação no cartão de respostas.
Assim, esses participantes foram reintegrados à seleção, o que gerou o adiamento da divulgação da lista de aprovados e várias mudanças no cronograma inicial do concurso.
O QUE ACONTECEU? - Os cadernos de prova do CNU tinham várias versões, ou seja, as questões eram as mesmas para todos os candidatos de um determinado bloco temático, mas a ordem das perguntas e das alternativas estavam embaralhadas, para evitar cola.
Assim, na hora de preencher o cartão de respostas, os participantes precisavam identificar qual era a versão da sua prova, pintando a bolinha correspondente ao número do gabarito. Além disso, deveriam transcrever a frase que estava na capa do caderno (veja a foto abaixo).
Caderno de provas do CNU exigia identificação do gabarito de duas formas
Reprodução
Apesar dessas instruções estarem descritas na prova, muitos candidatos alegaram que foram orientados pelos fiscais de aplicação de que bastava a transcrição da frase para identificar o tipo de gabarito, ou seja, não havia necessidade de pintar a bolinha.
E, em coletiva de imprensa no dia do exame, logo após o fim da aplicação, a ministra Esther Dweck chegou a dizer que os participantes que haviam se esquecido de marcar o número do gabarito não seriam eliminados, pois a Cesgranrio tinha outras formas de identificar as versões de prova.
No entanto, no dia seguinte, o Ministério da Gestão anunciou que quem não havia preenchido toda a identificação no cartão de respostas estava desclassificado.
O Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria-Geral do Tocantins, recebeu denúncias sobre o assunto e ingressou com uma ação civil pública contra o governo, pedindo a reintegração ao concurso dos candidatos eliminados, o que aconteceu em novembro.